Tinha segredos dentro de si, era fechado, era o garoto de poucas palavras, mal dizia o que sentia, e se dizia, bom, era porque já não aguentava mais. Ele era um texto que ninguém queria ler até o fim. Era um texto lotado de borrões, frases sem coerência, sem contexto, e ele era assim. Pensava e pensava cada vez mais, pensava em si, nos outros, no que era, no que sentia, ele tinha nos olhos um brilho perdido, lembranças no sorriso, estava lá, fraco e desgastado, estava lá, tentando seguir, ele sentia-se auto-suficiente para si, nunca explicava o que se passava com ele mesmo, era esquisito, a estranho, um caso sem solução. Sentia-se sozinho, sem ninguém para apoiar nos momentos difíceis, saia muito pouco de casa com medo do quê as pessoas possam falar dele, não contava seus segredos para ninguém por medo, não se sentia seguro para contar, ficava trancado o dia e a noite no quarto lendo livros, era seu único melhor amigo, o único que entendia ele. Não tinha amigos porque não confiava neles, tinha medo de que eles o fizessem sofrer.
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