sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sabe lá porque ela está montando esse teatro todo.



Afundou-se no álcool. Seus cigarros passam de três maços por dia. Banho antes era pra lavar a alma, hoje somente para não passar em branco. Aquela taça de cristal, com vinho tinto, estava agora quebrada em pedaços no chão, e o vermelho sangue na parede, escorrendo, exalando cheiro de 1946. Vinho bom! O tapa que levou em seu rosto, ainda deixa marcas. Está vendo aquele roxo próximo aos olhos, e os lábios cortados? Tem um nome; Fracasso. Ele não poderia ir embora sem antes deixar-te uma lembrança, e deixou. Mas ela tem consciência de que está caminhando rumo ao fundo do seu poço. Sábado pela manhã cogitou a hipótese de suicídio; pular da ponte, tomar remédios, atirar-me em frente ao caminhão, ou atingir-me com uma arma de fogo? Nenhuma das alternativas lhe agradou. Quem sabe definhar a cada dia? É, hipótese válida. Jogou-se no canto escuro de sua sala, acendeu o seu cigarro barato, o whisky inebriava o momento, ao fundo de um blues antigo. Permaneceu ali, inquieta, indefesa e indecisa.

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